Você que é educador já ouviu falar em sala de aula invertida?
É possível usar a metodologia da aula invertida em um estudo do meio ou em uma viagem pedagógica?
Educandos pelo mundo
Como professor, é essencial nos dias de hoje buscar metodologias ativas para a aprendizagem. Eu me lembro bem das minhas aulas de ciências nas quais procurava me diferenciar em relação aos métodos praticados para a aprendizagem do ensino fundamental II. Eu sempre me esforcei para aplicar novas formas de docência e, com esse intuito, trabalhava com desenhos esquematizados, pesquisa em biblioteca, vídeos e saídas para estudos do meio, porém nem sempre conseguia atender a todos os alunos em relação as suas dificuldades.
A sala de aula é um método que permite alcançar todos os alunos e estreitar o relacionamento, dentro de uma programação, onde o principal é o rompimento de um paradigma em relação aos métodos tradicionais e o comprometimento do professor na mediação do conhecimento e elaboração das rotinas.
Nesse método, o professor aproveita o tempo que tem na sala de aula não para veicular conteúdos em sala de aula de modo expositivo. Prática que, muitas vezes, se torna maçante para os alunos e que possibilita que nem todos consigam acompanhar.
Com a metodologia da Aula invertida, o professor faz uso de alguma plataforma virtual e “envia” para os alunos as aulas expositivas sobre determinados temas. O aluno vai ter acesso aos conhecimentos disponibilizados em casa, no horário que bem desejar, podendo assistir à aula gravada quantas vezes desejar e achar que precisa. Em vez de entregar os conteúdos no horário da aula ele vai veiculá-los como atividade de extraclasse através de ferramentas como vídeos que são bem aceitos pelos alunos. Na sala de aula, entretanto, esses conteúdos serão trabalhados a partir de diversas atividades propostas pelos professores, o que proporcionará mais tempo para lidar com aluno individualmente e nivelar o conhecimento da turma.
No estudo do meio ou em uma viagem pedagógica a aula invertida pode ser igualmente eficiente. Basta que antes da viagem os conhecimentos contemplados no roteiro possam ser trabalhados por meio de vídeos, podcasts, exposições e quaisquer metodologias que previamente tratem dos conteúdos associados aos destinos visitados. Durante a viagem, o papel dos educadores e guias é de aprofundar esses conhecimentos fazendo uso de diversas metodologias que casam muito bem com a aula invertida: gamificação, storytelling, PBL, debates e tudo que a criatividade e o tempo permitirem. Não há muitas fronteiras para um educador criativo e comprometido. Os profissionais da agência e professores exercem a função de mediadores e consultores do conhecimento para auxiliar os alunos no campo.
Sobretudo depois das competências propostas pela BNCC, cada vez mais é necessário que as escolas e as agências parceiras saibam fazer uso de metodologias ativas para estimular os alunos a serem protagonistas dos próprios processos de aprendizado.