Poucas iniciativas humanas funcionam tão bem para alargar os seus horizontes culturais do que viajar. Uma boa viagem, seja para um país distante e exótico, seja para uma cidade próxima, sempre proporciona uma abertura de olhar em relação ao mundo. Afinal, cada lugar expõe suas paisagens, suas características específicas, suas formas de ser, pensar, agir e de se relacionar. Lugares são mais do que endereços num mapa. Lugares contam histórias e histórias que trazem arte, linguagem, expressões humanas. Viajar é sempre aprender.
Os objetivos de toda viagem pedagógica ou de estudos do meio vão ao encontro de todas competências previstas pela BNCC , entretanto, em relação à 3ª competência (Repertório cultural), a aderência não poderia ser maior.
A BNCC propõe a valorização e fruição de diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, como também a participação de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. A 3ª competência estabelece como fundamental que os alunos conheçam, compreendam e reconheçam a importância das manifestações artísticas e culturais de modo, também, participativo. O estudante deve, portanto, ser capaz de se expressar e atuar por meio das artes. Uma prática que, decerto, contribui para o desenvolvimento das suas habilidades em Linguagens e Ciências Humanas.
Os alunos precisam desenvolver – até o fim do Fundamental – a Fruição. E, por isso, vivenciar sua identidade, comunidade e cultura, além de demonstrar a sensação de pertencimento, por meio de experiências artísticas e explorando relações entre culturas, sociedades e as artes.
Eles devem também trabalhar a capacidade de Expressão de sentimentos, ideias, histórias e experiências por meio das mais diversas manifestações artísticas. Além disso, precisam saber documentar, compartilhar e analisar obras criativas.
Uma escola, portanto, que deseja desenvolver a 3ª competência da BNCC na sua prática pedagógica deve planejar as suas viagens pedagógicas de modo a favorecer o contato com a cultura e arte locais, visitando também galerias de arte, museus e exposições. Deve também proporcionar o contato com as manifestações folclóricas, com a música, dança e teatro de cada local. Quanto mais, interação e participação com o que é produzido e com quem produz cultura, melhor. Uma viagem só é realmente pedagógica quando permite o intercâmbio cultural entre o visitante e o visitado. Não, então, como um projeto de estudo do meio não proporcionar o crescimento do repertório cultural dos estudantes.