A competência 2 da Base Nacional Curricular trata do pensamento científico e crítico, como também vai se deter na criatividade e na capacidade de se resolver problemas reais do mundo. Essa competência se relaciona com todos os componentes curriculares e incentiva a contínua habilidade de fazer perguntas relevantes.
A 2ª competência também motiva a prática de interpretar contextos, dados e informações, usando todas as ferramentas que um estudante possa ter à mão: a criticidade, a lógica a dedução, a pesquisa, a intuição, a sua visão de mundo e a experiência pessoal. Formular hipóteses, observar a realidade, desenvolver conclusões e elaborar sínteses são práticas fundamentais para o amadurecimento das descobertas de qualquer aprendiz e que são aprimoradas a partir dessa competência.
Poucas competências conjugam tão bem com os objetivos de um estudo de campo quanto a 2ª da BNCC. Afinal, ela promove uma atitude observadora do mundo, mas que não é meramente passiva, mas – sim – uma observação crítica e transformadora. O aluno deve ser motivado a enxergar a realidade com os próprios olhos, deve levantar conjecturas embasadas pelo que estudou ou vivenciou e deve cultivar o hábito de interferir positivamente sobre os contextos visitados.
Por fim, para pôr em prática a sua criatividade, o aluno deve ser incentivado a se sentir protagonista e a pensar em soluções para problemáticas reais. Para isso, o ideal é que os currículos fomentem oportunidades para que os estudantes possam observar o mundo, como também para criar e trocar ideias.
Quando são planejadas e executadas de maneira conectada com os objetivos da BNCC, as viagens pedagógicas e de estudos do meio são ocasiões oportunas para o desenvolvimento do pensamento crítico, científico e criativo. Afinal, quando uma escola viaja com seus alunos para um destino qualquer, deve ser natural o estímulo ao olhar crítico e plural sobre este lugar. Um grupo que, por exemplo, vá para as cidades históricas de Minas Gerais deve observar os aspectos históricos, geográficos, artísticos e arquitetônicos das belas e famosas cidades mineiras. Mas também, deve apurar o seu olhar quanto às suas problemáticas sociais e questões ambientais e de preservação do acervo.
Estudos de campo, entretanto, jamais devem ser encarados apenas como “passeios” ou como mero entretenimento. A escola e a família quando encaram o estudo do meio com esse conceito, elas costumam esvaziar a experiência e (de)formar o conceito de visão criativa, interação e transformação do mundo que é tão inerente à prática de qualquer viagem e, claro, mais ainda de uma viagem proposta por uma escola.
A viagem pedagógica, seja para um museu na própria cidade, seja para um local distante, deve ser sempre planejada como um projeto educativo, formativo e gerador de uma prática crítica, solidária, participativa e cidadã.