Falar é sempre mais fácil do que fazer.
Por isso que é tão corriqueiro se ouvir promessas e autoelogios e tão difícil de se enxergar a mesma qualidade nos fatos do dia a dia.
É que palavra é vento, coisa leve que flutua facilmente. Já fatos, fatos pesam. Fato demanda ação, suor e coragem.
O problema é que essa falta de conjugação entre as palavras e os atos ocorre por toda a parte, até onde menos se esperaria, como, por exemplo, no sacrossanto e bem intencionado ambiente da Educação.
Vejo muitas escolas e faculdades falando de metodologias ativas, mas pouquíssimas transformando essas palavras em algo concreto. É uma contradição abissal: todas as atividades com os professores são palestras. O professor fica sempre em um posicionamento passivo, não há interlocução nem interação, mas a escola “exige” que os profissionais inovem nas suas aulas. No mínimo, é demagogia.
Se as escolas desejam inovação, deveriam fugir das velhas abordagens.
A maior prova desse engessamento e tradicionalismo reside nas famosas semanas ou jornadas pedagógicas. A maioria é um eterno blábláblá sem metodologia ativa alguma.
Esse descolamento entre a teoria e a prática já vem de longa data no campo da Educação, mas atualmente, nesse tempo no qual fala-se tanto de novas abordagens e de métodos alternativos, a falta de coerência entre texto e contexto se torna ainda mais grave e crítica.
Além de treinamentos e formações tão modernos quanto inscrições rupestres, observa-se amiúde que os professores até desejariam encontrar novas formas de ensinar, mas nem sempre sabem fazê-lo, não conhecem as técnicas e, principalmente, não se veem apoiados nem pelos pais nem (!) pelo staff da escola.
Em outras palavras, tudo falácia!
Melhor seria que as Escolas e Faculdade assumissem logo o seu viés conservador e se dedicassem a oferecer a melhor aula palestrada possível e nunca mais falar de metodologias ativas nem de Educação inovadora.
Afinal, uma boa aula tradicional ainda tem seu valor.
Certamente mais valor do que incongruências pedagógicas.